Como a família não poderá nunca ser substituída por nenhuma
instituição congénere, Catequese, Escola ou qualquer outra, deveria ser o lugar
privilegiado de crescimento total do indivíduo, incluindo o aprofundamento das vivências
do verdadeiro amor, ética moral e educação e vivências religiosas, no respeito pelas
crenças dos pais, em plena liberdade.
A família é uma sociedade, e como tal, pais e filhos têm direitos
e deveres, e o respeito deve ser mútuo.
Os pais deveriam ser exemplos de atenção, dedicação, compreensão, doação,
aceitação e amor, e ter muito cuidado e persistência na educação e
encaminhamento dos filhos para o cumprimento exato dos seus deveres de filhos e
cidadãos do mundo, desde a mais tenra idade até à idade madura.
Um dos maiores problemas da educação é o respeito e a aceitação das
escolhas dos filhos quanto ao caminho que pretendem seguir, ou seja, dentro de
uma orientação precisa e de uma vigilância adequada levá-los a uma corresponsabilidade
consciente na sua própria educação e maneira de ser, de modo a que seja
possível uma escolha acertada da sua vocação específica.
Esta forma de atuar não é fácil, mas é urgente e necessária. As crianças
e jovens, desde a mais tenra idade, têm direito à companhia, relacionamento e
assistência de um pai e uma mãe, duas figuras complementares que se amem entre
si e os amem a eles pois só assim poderão clarificar convenientemente a sua identidade
e conseguir uma personalidade madura e realizada.
Fala-se muito em educação sexual, mas adultera-se constantemente
essa educação, pois vai-se limitando a ensinar a usar pilulas e preservativos e
isso acaba por ser um incentivo à promiscuidade do sexo livre e paternidades
precoces e indesejadas.
Fazer educação sexual é levar ao conhecimento da verdadeira
personalidade masculina e feminina, diferentes e complementares. Cada pessoa, rapaz
ou rapariga, antes de mais, tem que se conhecer a si mesmo e de se aceitar como
é, de modo a poder lutar contra todos os seus defeitos e desenvolver todas as
suas qualidades, para depois poder inteirar-se do conhecimento exato da forma
de ser e agir do sexo oposto, para conseguirem, sem deixar de ser quem são, aceitar-se
mutuamente e seguir cada um ou uma o caminho que entender mais conveniente à
sua realização pessoal e ao bem-estar social, pois como seres sociais que
somos, temos que pensar no bem-estar uns dos outros. Aqui entra o problema
vocacional a que deve ser dada a maior importância.
Todas as vocações são dignas e dignificantes. Quando se fala em
vocação, temos tendência a pensar de imediato nas vocações consagradas, padres,
frades e freiras, e esquecemos o valor incomensurável de uma vocação
matrimonial bem preparada para poder dar ao mundo as vocações consagradas por
que tanto almejamos.
Não tenhamos dúvidas, as crises da família estão na raiz da falta
de vocações consagradas.
A decisão de constituir família, ou seja, a escolha do casamento, não
deve ser tomada de ânimo leve. Um relacionamento começa sempre por uma qualquer
paixão ou gosto por uma qualquer qualidade do outro, mas se esse gosto não for
transformado num mútuo querer e numa compreensão e aceitação constantes, pode
esmorecer ou mesmo acabar. Por isso, o verdadeiro namoro deve começar no dia do
casamento, onde é imensamente maior a descoberta do outro, com tudo quanto é,
na realidade, pois a vida em comum debaixo do mesmo teto não dá para esconder
nada. A aceitação e novidade deve ser permanente, “feita de cada um consigo mesmo e com o outro, e de ambos com Cristo,
caminhando com Ele na mesma direção, amparando e guiando os filhos no mesmo
sentido.”
Só deverá ir para o casamento quem estiver disposto a ser compreensivo,
tolerante, a recomeçar muitas vezes do nada ou quase nada, a tudo fazer para a
felicidade do outro, pois se esperamos que o outro nos faça felizes nunca o
seremos de verdade. Por muito que se amem e
compreendam, há sempre coisas que
falham e temos que remediar com o elo de ligação entre os dois, Jesus Cristo,
que ama a cada um como cada um é, e isso faz feliz qualquer pessoa que, se não
for capaz de ser feliz sozinha (com Deus) não será feliz com mais ninguém.
Há que preparar muito bem os jovens para o casamento, pois as
separações vão contra os direitos dos filhos. E ‘neste contexto, o desejo de ter um filho só se tornará direito se o
casal estiver disposto a manter-se unido para o bem da criança que deles irá
nascer’.